No próximo dia 25 de outubro teremos o 30º aniversário do assassinato sob tortura de Vladimir Herzog. O lÃder dos estudantes técnico-industriais, José Montenegro de Lima, o coronel PM José Maximiano de Andrade Neto, o tenente PM José Ferreira de Almeida e o operário Manoel Fiel Filho também foram mortos no mesmo perÃodo. Antes, e também sob tortura, os ex-deputados David Capistrano da Costa e João Massena de Melo, o operário Itair José Veloso, o professor universitário e ex-prefeito de Natal Luiz Ignácio Maranhão, os jornalistas Jaime Miranda e Orlando Bonfim, o ator Iram Pereira, Elson Costa e muitos outros.
O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (juntamente com dezenas de outras instituições) pretende fazer de outubro um mês de atividades em defesa da democracia, pelo respeito aos direitos humanos e pela paz. Serão várias ações em homenagem ao Vlado e a outras vÃtimas da ditadura, bem como aos homens, mulheres e instituições que lutaram pela anistia, contra as prisões por motivos polÃticos, contra a tortura.
Entre as atividades já programadas: leitura de texto nos espetáculos teatrais de São Paulo; ciclo de cinema; palestras e debates nas faculdades de jornalismo; exposição sobre arte e direitos humanos, com trabalhos de artistas (desenho, pintura, escultura, charge, fotografia, etc.) especialmente criados para o evento; especial da TV Cultura; sessões solenes de homenagem na Câmara dos Vereadores e na Assembléia Legislativa; concerto com a orquestra sinfônica do estado; lançamento de livros; lançamento do filme Vlado 30 anos do cineasta João Batista de Andrade; culto inter-religioso na Sé; cerimônia de entrega do 27º Prêmio Vladimir Herzog no Parlatino; lançamento de carta aberta em defesa dos direitos humanos no dia internacional da anistia (4 de outubro). No Rio de Janeiro o governo do Estado editou cartilha sobre Vlado e os direitos humanos para discussão em escolas públicas do segundo grau, no mês de outubro.
Em resumo: não há um "calendário único". Existem algumas iniciativas organizadas pelo Sindicato dos Jornalistas em parceria com outras instituições. O objetivo é aproveitar a data para defender a paz, a democracia e o respeito aos direitos humanos, inclusive por ocasião do plebiscito sobre o desarmamento. Melhor se as iniciativas se multiplicarem por todos os cantos do nosso paÃs, no qual mais de 60% da população têm menos de 30 anos e muitas vezes desconhecem a brutalidade dos crimes cometidos pela ditadura. Daà o esforço em estimular que outras pessoas e instituições (sindicatos, associações, câmaras municipais, etc.), em todo o Brasil, adotem iniciativas semelhantes.